Com volume atual de 83,03 %, o reservatório de Furnas opera com patamar que há muito tempo não era registrado. A seca dos últimos anos trouxe severos impactos econômicos aos municípios do entorno do lago da usina, que dependem dele para atividades como pesca e turismo. Em coletiva a jornalistas nesta segunda-feira, 11 de abril, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, revelou que o receptáculo da usina mineira está operando sob uma cota de 765,8 metros, quase quatro metros acima da cota 762, considerada pelas cidades lindeiras como a ideal para o aproveitamento de todas as atividades além da geração de energia.

Ciocchi ressaltou que um reservatório como o de Furnas não se recupera em apenas uma estação chuvosa. Segundo ele, o interesse do operador é que os níveis pairem na faixa superior, entre 50% e 80%. Para o diretor do ONS, há uma grande chance de ao fim do período seco o nível entregue ser próximo ou mesmo o da cota 762, o equivalente a pouco mais de 50% do volume armazenado. “Essa é uma política que vem de uma recuperação gradual deste reservatório e de outros”, comenta.

Na última semana, o  Conselho Nacional de Política Energética aprovou a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um plano para viabilizar a recuperação dos reservatórios de regularização integrantes do Sistema Interligado Nacional. O ONS fará parte do grupo, que será composto ainda pelos Ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional, além da Empresa de Pesquisa Energética e representantes da sociedade e do setor. “Tendo em vista a situação e as políticas operativas que foram feitas, tenho certeza que o pessoal de Furnas está bastante satisfeito com o nível atual e com a forma como estamos operando esse reservatório”, salienta.